O Trabalho
Poemas da Sylvia
Almas gêmeas
Sylvia Limberti
Quero viver apenas pela razão de viver
quero sorrir apenas pela causa e efeito do teu sorrir
Quero chorar tuas lágrimas
pintando minha cara com teu sorriso
Eu quero apenas deixar que eu queira cada vez mais
sem importar se é teu ou meu
o motivo de querer
Quero pintar minha alma
com a cor dos teus olhos
ficar nas minhas noites a dormir o sono do teu sonhar
quero te ver chegar e partir
sem medo de não te ver voltar.
Quero deixar ao vento minha vontade de caminhar
embora meus passos precisem dos teus
meus fatos requerem os teus
meu ser depende do teu ser
minha vida do teu viver
Meus braços dependem dos teus para abraçar a vida
minhas mãos das tuas para segurar a paz
Quero e não me independo de teus olhos para ver a vida
embora enxergando nela sempre
e tão somente você.
Filhos do acaso
Sylvia Limberti
Relegados ao poder da sorte
crescem desregrados os filhos do acaso
Renegados pelo penhor da vida
descem cansados ao chão do abismo
que os sepulta vivos
Caminham torpes e trôpegos
buscando guarida pela estrada infértil
das mãos fechadas no egoísmo
das caras indiferentes que sequer os notam.
Relegados e renegados
senhores dos nadas, pequenos e tantos
crescem em buscas vãs...
pedem calados...
choram secas lágrimas, sonham pesadelos!
Vis criaturas existem que não os percebem
não os acolhem,
ceifados da luz que não lhes norteia o caminho
cegos infelizes...
em quem o amor é ausência.
E renegados e relegados
seguem sós
esses pequenos e tantos filhos do acaso!
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